As vantagens e os problemas do ensino a distância
Vivemos a chamada era da informação. Estamos cercados de dados por todos os lados e podemos estar constantemente aprendendo. A revolução da internet potencializou nossa capacidade de adquirir novos conhecimentos. Na esteira desse desenvolvimento tecnológico, cresceram os cursos de ensino a distância (EAD). Graduações e pós-graduações podem ser completadas parcial ou totalmente online. Atualmente, o Governo Federal vem falando sobre ampliar os recursos para essa modalidade e até mesmo em criar aulas a distância para crianças. Estudar de forma não presencial tem vantagens e desvantagens, vamos ver algumas delas.
O site EAD destaca a flexibilidade e o custo baixo como os dois principais pontos fortes do estudo a distância. “O público alvo do EAD são aquelas pessoas que possuem pouco tempo livre e que precisam conciliar emprego e estudo, além de muitas vezes ainda terem que cuidar das atividades rotineiras, como casa e filhos. O EAD atrai este perfil de pessoas, pois é o aluno que monta seus horários de estudo, podendo assim estudar durante a semana ou só nos finais de semana, na parte da manhã, tarde, noite ou até mesmo de madrugada. O Ensino a Distância é a oportunidade para o crescimento pessoal e profissional com valor bem mais acessível que o de cursos privados presenciais, porém com o mesmo rigor de ensino e com diversas instituições a distância credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC)”.
Panorama do ensino a distância no Brasil
A necessidade de estudar sem gastar muito e conciliando as aulas com outras atividades parece ser alta no Brasil. O Censo da Educação Superior de 2018 mostrou que 1 em cada 5 estudantes de faculdades brasileiras optaram pelo ensino a distância. Uma matéria da Agência Brasil diz que o Censo apontou 1,8 milhão de alunos matriculados em classes online. “O número de cursos no país também aumentou, de 2016 para 2017, passou de 1.662 para 2.108, o que representa aumento de 26,8%”, diz a Agência.
No ensino superior, a modalidade a distância tem sido mais usada por instituições privadas. Uma reportagem da Folha de São Paulo mostrou que esse formato já é a opção de 25% dos alunos em faculdades particulares. Na universidades federais, esse percentual é de 8% do total. Apesar de estarem ficando cada vez mais populares, os cursos não presenciais têm resultados bem mais baixos que os convencionais nas avaliações do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Na prova de 2017, 6,1% dos cursos presenciais tiveram conceito máximo. No ensino a distância, o percentual foi de 2, 4%.
Quando o ensino a distância é uma boa ideia
Apesar de apresentarem resultados piores que os cursos convencionais, as graduações remotas têm algumas vantagens. Como custam mais barato e têm horários flexíveis, a opção a distância inclui no ensino superior pessoas que talvez não tivessem nenhuma outra chance de ingressar nesse universo. Josiane Tonelotto, conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), afirmou ao jornal Folha de São Paulo que a modalidade “vai incluir o aluno que não estaria no ensino superior e encontra a chance de estudar”.
Quando ensino à distância não é uma boa ideia
O formato não presencial para cursos de graduação, pós graduação e capacitações técnicas encontrou uma demanda crescente no Brasil. Um ponto preocupante da expansão do EAD no país é a ideia de aumentar a oferta dessa modalidade também nos ensinos fundamental e médio. O assunto vem sendo discutido desde 2017, quando foi aprovada a Lei de Reforma do Ensino Médio. A nova diretriz abriu caminho para que instituições de ensino fechassem parcerias com empresas de tecnologia para oferecer videoaulas.
Para a revista Educação, Betina von Staa, responsável pelo Censo Ead.Br criticou esse tipo de regulamentação. “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”.
Atualmente, o Governo Federal fala em ampliar a opção a distância até mesmo para o ensino fundamental, indo muito além dos casos emergenciais, como os lembrados por Betina. Em um longo artigo publicado na revista Nova Escola, a doutora em política educacional Paula Louzano e a doutora em administração pública Gabriela Moriconi rebatem veementemente essa ideia. Elas lembram que a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Brasileira define a escolarização fundamental como “o pleno desenvolvimento do educando”. Isso quer dizer que transmitir o conteúdo curricular não é a única missão da escola. Educar crianças “envolve o desenvolvimento cognitivo, social, físico, emocional, etc. Privar crianças e adolescentes de escolas presenciais é privá-las dessas formas de desenvolvimento obtidas pela convivência com colegas e com a equipe escolar”, dizem as especialistas.
Fontes:
Folha de São Paulo
EAD
https://www.ead.com.br/ead/o-que-e-ead.html
Agência Brasil
Jornal Nexo
Revista Educação
https://www.revistaeducacao.com.br/discussao-sobre-ead-na-educacao-basica/
Revista Nova Escola